27 de abr. de 2009

São Paulo terá o primeiro curso de beer sommelier do país

Objetivo é conceder diploma a especialistas em cerveja. Aulas devem começar no segundo semestre deste ano.


Loira, estupidamente gelada e bebida aos montes. Para muitos, é assim que se deve tomar cerveja. Mas um grupo de apreciadores abomina esse conceito e prega o consumo educado e consciente.

São os chamados beer sommeliers, que vão ganhar pela primeira vez um curso de formação oficial no Brasil. As aulas devem começar no segundo semestre deste ano e a cidade escolhida para dar início ao projeto foi São Paulo.

Formada engenheira de alimentos no Brasil, beer sommelier na Academia Doemens (Alemanha) e mestre cervejeira na Espanha, a paulistana Cilene Saorin, de 37 anos, será a responsável pelo curso. “O beer sommelier trabalha a cerveja na esfera gastronômica. Ele se preocupa com a apresentação, a temperatura, a taça adequada, a harmonização com o prato”.

Já o mestre cervejeiro, segundo ela, "trabalha a cerveja em escala industrial". Cilene explica que, apesar de o brasileiro beber muita cerveja, não existem profissionais graduados. E revela que a profissão de beer sommelier só foi reconhecida mesmo em 2005. Além dela, só mais uma mulher tem essa formação aqui no Brasil.

“Existe o risco de as pessoas se autointitularem [beer sommelier] só lendo sobre o assunto. Você pode ser bastante competente, mas é importante ter uma educação formal”, explicou Cilene. “A pessoa nunca pode ser chamada de beer sommelier se não tem o título. É uma forma de respeitar a profissão”.

Estupidamente gelada

Cilene estudou na Academia Doemens, escola que forma mestre cervejeiros desde 1895. É a partir do método de ensino dos alemães que ela vai montar o curso em São Paulo, fazendo as adaptações necessárias.

“A intenção é formar gente capaz de dar uma boa informação. Cerveja não é só estupidamente gelada para matar a sede e dar barato [deixar bêbado]”.

A especialista, que acumula também a função de editora da revista Beer Life, acredita que o público alvo vai ser de apreciadores ou de gente que trabalha com esse produto, como importadores, funcionários de cervejarias ou de restaurantes. “O beer sommelier tem que ter responsabilidade com o consumo consciente. Não está interessado em fazer o cliente encher a cara”.

Para se formar, o aluno precisa ter nível superior e não sofrer de males como deficiências no paladar ou no olfato (caso de pessoas com rinite alérgica). O empresário Marcelo Stein, de 34 anos, dono de uma importadora de bebidas, se mostra animado com a chegada do curso.

“É fundamental. Você não consegue vender cervejas especiais sem esse tipo de serviço. Se a pessoa não tem informação, oferece ao cliente um produto maravilhoso, mas que ele vai beber com displicência”, afirma ele, referindo-se aos rótulos importados ou menos conhecidos aqui no Brasil.

Degustação

É em busca de momentos de prazer que os apreciadores de cervejas de cor “amarelo-ouro, amarelo-pálido, vermelho e negro profundo”, como enumerou Cilene, se reúnem para experimentar “novas sensações”. O G1 acompanhou uma sessão de degustação de cerveja em um bar da Zona Norte de São Paulo. Ali, a carta tem mais de cem rótulos da bebida entre nacionais e importadas.

À mesa, estavam amigos de Cilene, mestres também em identificar a cada gole a cor, a turbidez, o brilho, a espuma, o aroma, a acidez e até a doçura de cada cerveja. Com uma ficha ao lado, eles anotavam as observações referentes à aparência da bebida, ao gosto e às sensações na boca.

Era um encontro para degustar cervejas do tipo “vintage”. “São as que envelhecem, como os vinhos. E não devem ser bebidas estupidamente geladas”, ensina a mestre cervejeira. Enquanto a primeira turma de beer sommeliers não se forma, os apreciadoras da “loira” e seus derivados continuam especialistas em um quesito: mesa de bar.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1092117-5605,00-SAO+PAULO+TERA+O+PRIMEIRO+CURSO+DE+BEER+SOMMELIER+DO+PAIS.html
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Encontro de clássicos em Tarumã

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Primeira etapa da Fórmula Classic reuniu carros antigos em Viamão


A começar pela idade dos pilotos, a corrida que aconteceu no início da tarde de ontem no Autódromo de Tarumã foi um culto ao saudosismo. Apelidada de “Velhozes e Furiosos”, a Fórmula Classic reuniu 14 automóveis históricos, símbolos das décadas de 60 e 70, em sua primeira etapa.

Disputada paralelamente à etapa do Metropolitano de Arrancada, a competição foi acompanhada por um público de cerca de 3 mil pessoas. Todas curiosas com a potência e a história de cada veículo.

– Esse carro chegou com o cônsul da França a Porto Alegre, no início da década de 50. Sou o quarto proprietário – contou o piloto Tibiriçá de Los Santos, enquanto preparava seu Renault 4CV para a primeira bateria.

O automóvel, que acompanha o advogado há 22 anos, é o carro mais antigo da Fórmula Classic: foi fabricado em 1948.

Os competidores completaram duas baterias de 25 minutos, com os veículos divididos em três categorias: a D1, para os de até 1.300 cilindradas, a D2, para veículos entre 1.301 a 1.600 cilindradas, e a D3, para acima de 1.600. Na etapa de ontem, só participaram pilotos das categorias D2 e D3.

Mas, se a idade dos carros é a atração da prova, muitas vezes ela também é problema para os pilotos. Dos 16 inscritos, dois nem entraram na pista, por problemas mecânicos. Durante a corrida, outros dois veículos não conseguiram completar todo o circuito

Próxima corrida da Classic será em Santa Cruz

Entre os pilotos da Classic, um se destacou nas duas baterias; o engenheiro mecânico Rogério Franz. Dono de um Fiat 147, Franz coleciona troféus em diferentes competições automotivas, de motocross a rali. O gaúcho foi o único brasileiro participante do rali 19 Capitales Histórico, que reuniu 149 veículos históricos no Uruguai, em março.

– Apesar do tempo e do investimento dispensados, vale a pena disputar – confessou Franz, que corre desde 1986.

A competição no Uruguai é um exemplo da popularidade das corridas de carros antigos em outros lugares. Criada em 1999 no Estado, a Fórmula Classic é uma iniciativa do comerciante Ricardo Trein, organizador da corrida. Para participar, os carros precisam ter mais de 30 anos, ser registrados na Federação Gaúcha de Automobilismo e conter todos os itens de segurança.

Além da etapa inicial de ontem, a Fórmula Classic conta com mais quatro etapas, duas delas também no Autódromo de Tarumã. Os grandes campeões só serão conhecidos em dezembro, mas o próximo encontro das velharias automobilísticas já tem data e local definidos: dia 31 de maio, em Santa Cruz.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2489431.xml&template=3898.dwt&edition=12194&section=1036
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