
Tem gente fazendo cerveja em casa. E cada vez mais gente.
Para esses dedicados apreciadores, não basta entrar em uma loja e comprar uma garrafa. A graça está em fazer a própria cerveja, um procedimento que pode durar oito horas. Segundo os cervejeiros caseiros, optar pela produção artesanal rende pelo menos dois grandes benefícios: a curtição das horas de preparo e o sabor especial, único, de quem cria.
Quem faz cerveja utilizando panelas e equipamentos simples contribui para um mercado que cresce cada vez mais, o da cerveja artesanal, também conhecido como cerveja de panela.
— Comecei a beber as importadas, que são mais caras, só que o problema é que o bolso não estava acompanhando — brinca Paula Mühlbach, a Polla, uma das craques nessa arte. — Então, eu e um amigo, que havia chegado da Espanha, resolvemos tentar fazer.
As primeiras levas, lembra, eram terríveis.
— Depois da 10ª tentativa é que deu para começar a beber.

—São cervejas mais fortes, com sabores marcantes. Por isso as degustações não são em grandes quantidades —conta Ellinor Melchers Nast, também da turma.
Quase todas se iniciaram da mesma maneira, consultando um amigo e correndo riscos, antes de acertar a mão. E quase todas também acabaram recorrendo e se associando à Acerva (Associação dos Cervejeiros Artesanais do Rio Grande do Sul).
A associação reúne os produtores que não buscam a comercialização, mas o aprimoramento da elaboração da bebida.
Fazer cerveja depende de um investimento inicial entre R$ 500 e R$ 1000 para os primeiros 100 litros. É o custo de equipamentos de uso exclusivo, já que a contaminação é o maior inimigo da bebida de qualidade. Isso inclui panela, fogareiro, moedor de grãos, balde para filtrar, peneira, resfriador, garrafas, tampas e/ou barril. Tudo pode ser comprado em ferragens ou supermercados. O mais complicado, o resfriador, é o equipamento estrela, motivo de discussões e comparações para saber como cada um montou o seu.
Já a matéria-prima, em Porto Alegre, pode ser adquirida em uma loja profissional, que, pelo aumento da procura, foi obrigada a dedicar um segmento aos cervejeiros artesanais.
Rogério Costi é proprietário de uma distribuidora de bebidas e de uma loja virtual de cerveja que é referência no país — vende 350 rótulos, entre nacionais e importados. Desde 2006, notou o aumento do mercado artesanal e procurou se adaptar abrindo uma loja. O próximo passo do setor, ele avisa, será a oferta de Cartas de Cervejas em bares e restaurantes, assim como é feito com o vinho.

— Fazemos cerveja umas duas vezes por semana. Estamos pensando em nos lançar comercialmente.
Mestres cervejeiros experientes costumam dizer que a melhor cerveja do mundo é aquela feita na cervejaria mais perto da casa do consumidor. Para essa turma de cervejeiros artesanais não há concorrência.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=2&local=18&template=3948.dwt§ion=Blogs&post=150993&blog=334&coldir=1&topo=3994.dwt
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