Aos 77 anos, Judith pega a estrada sem data para voltar e vai na onda da nova geração
Judith Caggiano, de 77 anos, é a mulher de terceira idade mais tatuada do Brasil, embora o título de anciã não lhe agrade muito. Judith saiu de casa para fazer uma visita a alguns parentes e já está na estrada há quatro meses. Passou por São Tomé das Letras, Triângulo Mineiro, Uberlândia, em Minas Gerais, chegou a Umuarama e não tem previsão de quando voltará para casa em Santo André, no ABC paulista.
A idéia das tatuagens, segundo ela, foi uma revolução que aconteceu em sua vida quando se tornara viúva aos 72 anos e chegou à conclusão que era hora de mudar. E mudou radicalmente. “Tudo começou com alguns passeios na garupa da motocicleta do meu filho, quando vi, já não saía mais de cima da moto e estava freqüentando shows de Rock and roll e motoclubs”, ressalta Judith com ar descontraído e sem meias-palavras.
São ao todo quarenta e três tatuagens de borboletas, flores e estrelas. “As estrelas significam a minha família, a minha herança; e as borboletas estão tatuadas no meu corpo para me representar, sou como elas e vou voando por tudo, noite e dia”, explica com bom humor.
Judith elogia a terceira idade, mas gosta mesmo é da primeira. Das pessoas jovens que lhe apóiam e dão felicidade. “O jovem é a coisa mais linda entre o céu e a terra, ele é o voar”, acrescenta ela ao valorizar o potencial de liberdade que os jovens têm e que muitas vezes não são valorizados por tal ousadia. Para Judith a sabedoria está neles.
Ela já participou de vários programas televisivos, ganhou títulos e troféus de organizações e atualmente compartilhou da montagem de um livro intitulado “Livro dos Sonhos”, que fala sobre a tatuagem na mulher. Participou também da Parada Gay em São Paulo, do programa de Tom Cavalcanti, em canais fechados da Direct Tv, em reportagens na revista Isto É e no jornal Folha de S. Paulo. Judith tem três filhos, cinco netos e quatro bisnetos. Segundo ela, embora com a fama abrangente que tem, todos apóiam sua entrada no mundo dos jovens radicais.
Sempre rodeada de presentes e de recepção entusiástica, ela não pretende se sentar numa poltrona para coser. Como mesmo revela, seu lugar são os barzinhos, boates, postos de gasolina, shows, e, é claro, o mundo.
Fonte: http://www.ilustrado.com.br/noticias.php?edi=110309&id=00000003
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13 de mar. de 2009
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