5 de mai. de 2009

Os carros de Neil Young


Neil Young, 63 anos, tem grandes planos para 2009. O músico acaba de lançar o novo disco, Fork in the Road. Em junho, coloca na rua a primeira de uma série de caixas da coleção Archives, só com raridades de sua carreira – serão, na primeira leva, oito ou 10 discos, dependendo da versão escolhida. E, no resto do ano, acelera seu projeto ecológico LincVolt, uma tentativa de transformar seu Lincoln Continental 1959 conversível em um carro movido a eletricidade.

Fork in the Road (“bifurcação”) é pesado como uma banheira fabricada em 1959 e movida a gasolina. Young parece ter desligado a captação aguda de sua guitarra e estourado os graves do estúdio. É um álbum curto, 40 minutos, com 10 canções sobre automóveis.

A história do músico com essas máquinas é longa. Já escreveu clássicos sobre o assunto (Long May You Run, 1976) e faz parte de seu anedotário o rabecão que dirigia quando se mudou do Canadá para Los Angeles em 1966. O auge dessa obsessão parecia ter sido seu disco anterior, de 2007, Chrome Dreams 2 (“sonhos cromados”, referência aos antigos carrões), uma continuação de Chrome Dreams, um álbum que ele planejou lançar em 1977, mas nunca o fez. Agora, impulsionado pela quebra da indústria automobilística, se inspirou para escrever uma vez mais sobre o assunto.

Há músicas com referências explícitas, como Fuel Line (“mangueira de combustível”) e Get Behind the Wheel (“assuma a direção”), e letras como “You can drive my car/ Feel how it rolls” (“Você pode dirigir meu carro/ sentir como ele roda”). Johnny Magic, para a qual Young fez dois vídeos (ambos podem ser vistos em www.neilyoung.com), é seu primeiro single desde 2002. Trata-se de um tributo ao mecânico que está cuidando do projeto LincVolt.

Fork in the Road não tem nenhuma daquelas músicas gigantescas típicas de Neil Young, com 13 ou 18 minutos. Traz duas baladas entre oito rocks: Off the Road e a linda Light a Candle, que traz ecos de guitarras do excelente On the Beach, álbum de 1974 – cuja capa estampa a foto de um carro enterrado na praia. Trata-se do 32º álbum de estúdio de Young. Contando os ao vivo, os EPs, os unpluggeds, as coletâneas, os álbuns das bandas Crosby, Stills Nash & Young ou Buffalo Springfield, já são mais de... 80 discos. Isso que as caixas do projeto Archives ainda nem chegaram às lojas...

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2498176.xml&template=3898.dwt&edition=12248&section=999
.

Nenhum comentário: